Essa é a estranha razão pela qual provavelmente não iremos encontrar aliens enquanto eles existirem
Civilizações por todo o Universo podem surgir e desaparecer sem ao menos deixar rastros. Créditos: ScienceAlert.com/David Nield |
A procura por vida alienígena prossegue, mas nossas chances de receber algum sinal de vida extraterrestre são remotas, de acordo com uma nova pesquisa.
O problema é que as prováveis civilizações não duram tanto quanto o tempo que os sinais levam para viajar pelo espaço.
Esses cálculos recentes são uma atualização da famosa Equação de Drake, proposta inicialmente em 1961 por Frank Drake no Observatório Nacional de Rádio-Astronomia em West Virginia, como uma forma simples de calcular quanta vida alienígena pode existir lá fora.
Usando variáveis tais como o número de estrelas que nascem a cada ano, o número de potenciais planetas habitáveis que eles possuem, e as chances de a vida orgânica de desenvolver, a equação nos dá alguma ideia da probabilidade de recebermos sinais de além da Terra.
Um modelo sobre a propagação de sinais no espaço. (arXiv.org) |
E de acordo com os novos números atualizados, essa probabilidade não parece ser das melhores.
"Se uma civilização no outro lado da galáxia emitir um sinal, quando esse sinal chegar aqui, a civilização já não existirá mais," um dos membros da equipe, Claudio Grimaldi, da Escola Politécnica Federal de Lousanne, na Suíça, afirmou.
O grupo de pesquisadores também inclui o próprio Frank Drake, agora professor emérito da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, EUA.
Cada uma das variáveis na Equação de Drake são abertas para debate, mas os cientistas assumem uma vida útil para as civilizações de 100.000 anos como marcador, que é o mesmo tanto que a luz leva para atravessar a Via Láctea. Mesmo uma civilização alienígena que sobrevivesse por todo esse tempo, iria preencher apenas uma pequena fração da galáxia com sinais, foi o que determinou o estudo.
Como referência, nós estamos enviando sinais espaço afora há apenas 80 anos, e eles cobriram apenas 0,001% da Via Láctea.
Ainda mais, dada a frequência de sinais que enviamos ao espaço, uma civilização alienígena precisaria estar a no máximo 50 anos-luz de nós para que pudéssemos ouvi-los de volta durante a nossa existência, concluíram os pesquisadores.
Enquanto um improvável grupo de alienígenas que sobreviveu mais que 100.000 anos poderia preencher a galáxia de sinais, mesmo assim poderão haver intervalos nos quais nenhuma outra civilização estará lá para recebê-los.
Outro achado interessante do estudo foi que o número de sinais extraterrestres atravessando a Terra a qualquer momento deveria corresponder ao número de civilizações atualmente comunicáveis, independentemente se considerarmos que esses sinais chegando a nós sejam de civilizações passadas ou ainda existentes. Os pesquisadores ainda estão tentando obter novas conclusões acerca disto.
O objetivo de todos esses cálculos é obter uma melhor perspectiva sobre a falta de contato com alienígenas que temos até o presente momento. Será que não há ninguém lá fora? Ou será que é porque as nossas chances de receber alguma mensagem do "exterior" é mínima?
Eventualmente os pesquisadores esperam que a versão revisada da Equação de Drake pode nos ajudar a encontrar sinais de vida no espaço, talvez através de um melhor entendimento sobre aonde apontar nossos telescópios.
Esses pensamentos ainda são preliminares - o artigo produzido pelo grupo está aguardando para passar pela revisão de pares por outros cientistas, e está disponível online.
No entanto, não podemos esperar por enquanto por ouvir sinais vindos de formas de vida extraterrestres ainda existentes - ao menos não com um tempo de vida estimado em 100.000 anos.
"As transmissões que chegarem à Terra devem vir de civilizações distantes já extintas, enquanto civilizações ainda vivas estão mandando sinais que ainda estão a caminho", escreveram os pesquisadores.
Você pode ler o artigo no arXiv.org
O texto foi traduzido e adaptado de ScienceAlert.com
Infelizmente, a maior barreira para atingir outras estrelas é a enorme distância até elas. Viajar próximo à velocidade da luz, parece ser um projeto para os séculos e não para culturas, aparentemente de pouca duração como a nossa.
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